Envelhecimento e habitação: um novo olhar
No Brasil, mais de 30 milhões de pessoas já têm mais de 60 anos e esse número continua crescendo.
À medida que envelhecemos, nossa relação com o espaço muda e o que antes era funcional pode se tornar uma barreira. Quando a casa deixa de acolher, muitas famílias enfrentam o dilema de manter o idoso em casa, mesmo com dificuldades, ou transferi-lo para outra moradia. Em ambos os casos, há uma ruptura emocional profunda com a perda do senso de pertencimento, o convívio com vizinhos e as memórias construídas ao longo de uma vida.
Ao mesmo tempo, as estruturas familiares estão mudando, com as mulheres cada vez mais presentes no mercado de trabalho e casais com menos filhos ou sem, por exemplo. Com isso, o modelo de cuidado familiar, que sustentava o envelhecimento em casa, já não é mais suficiente.
Na TM2, acreditamos que um ambiente bem projetado pode prevenir acidentes, ampliar a independência e fortalecer o bem-estar emocional. Para isso, adotamos soluções que combinam acessibilidade, ergonomia e conforto sensorial, com eliminação de barreiras físicas e desníveis, iluminação adequada, com destaque para a luz natural, circulações amplas que permitem o uso de equipamentos de apoio, mobiliário funcional e ambientes planejados para facilitar a orientação e a memória.
Essas medidas simples, quando pensadas desde o início do projeto, fazem toda a diferença, pois permitem que as pessoas envelheçam com dignidade, segurança e liberdade dentro do espaço que escolheram para chamar de lar. Mas o desafio não se limita ao interior das residências, mesmo uma casa acessível perde valor se o entorno for hostil com calçadas irregulares, falta de transporte público adaptado e ausência de serviços próximos que limitam a mobilidade e reforçam o isolamento. O envelhecimento precisa ser pensado de forma urbana, social e arquitetônica.




