Moradias compartilhadas: o futuro da longevidade
O modelo tradicional de moradia já não responde plenamente às necessidades da vida moderna, ao mesmo tempo, as famílias estão menores e os arranjos de cuidado, que antes se baseavam em filhos e parentes próximos, se tornaram menos viáveis.
Neste cenário, as moradias compartilhadas surgem como uma alternativa inovadora e necessária que representam uma transformação na forma de entender o morar, como mais colaborativo, mais humano e mais sustentável.
Cada modelo tem sua particularidade, mas todos partem de um princípio comum que é viver junto, sem perder a independência. Os principais são:
Co-housing: comunidades planejadas e autogeridas, onde cada morador tem sua unidade privativa, mas compartilha áreas coletivas como hortas, cozinhas e salões de convivência. Essa proposta valoriza a colaboração, o senso de comunidade e o apoio mútuo.
Co-living: modelo urbano, originalmente voltado a jovens profissionais, que vem ganhando versões voltadas ao público 60+. São unidades privativas integradas a espaços de lazer, trabalho e convivência, com serviços compartilhados que facilitam o dia a dia e estimulam a socialização.
Senior living: empreendimentos residenciais pensados exclusivamente para o público maduro, que unem acessibilidade, lazer e serviços de assistência, sem abrir mão da liberdade e do conforto.
Essas novas tipologias de moradia já são realidade em diversos países e começam a se consolidar também no Brasil.
O grande diferencial das moradias compartilhadas está no equilíbrio entre autonomia e comunidade em que os moradores mantêm sua independência, mas contam com uma rede de apoio que reduz o risco de isolamento, um dos principais fatores de vulnerabilidade na maturidade. Além disso, a convivência em grupo estimula o “envelhecimento ativo”, que associa qualidade de vida à conexão humana.
Projetar moradias compartilhadas significa desenhar espaços que promovam o encontro, com áreas de convivência amplas, percursos acessíveis, iluminação natural abundante e integração com a natureza e, ao mesmo tempo, garanta privacidade, conforto e individualidade, por meio de unidades funcionais, bem planejadas e adaptáveis.
Mais do que uma tendência de mercado, as moradias compartilhadas refletem uma necessidade social de repensarmos como queremos viver, e conviver, durante a longevidade. Cada projeto deve ser uma resposta sensível às novas formas de envelhecer, criando comunidades sustentáveis e afetivas, onde o espaço físico é também um instrumento de bem-estar e pertencimento.




